16.3.10

A M I G O

Amigo, fiel amigo
estou só, e comigo
a tão esperada solidão.
Sinto correr o tempo
tenho pressa pois o lamento
desfalece o meu coração.


Amigo, amigo fiel!
viste como a vida é cruel?
como é traiçoeiro o amor?
de ti é imensa a saudade
e essa tal de felicidade
não a encontrei senão a dor.

Amigo, fiel amigo!
te escrevo e te digo
- Não és um vulto qualquer
o que amarás um dia
a morte é o fim da agonia
e o carrasco é uma mulher.

Amigo, triste amigo!
quisera eu estar contigo
minhas lágrimas verias
Amigo, amigo do peito
se estivesse junto ao meu leito
verias que para a sombra eu morria.

Amigo, desgraçado amigo
dá-me canto, dá-me abrigo
junto contigo eu viverei
o resto dos meus dias
o fim das minhas agonias
perto de ti morrerei.

Valter Figueira, do livro- POESIAS- ASAS, 1995

Um comentário:

Maria Auxiliadora de Oliveira Amapola disse...

Boa noite, Valter.
Que poesia bonita...

Um abraço.