23.11.11

O que penso...

Escritores devem escrever, palestrantes devem falar. Qualquer pessoa tem a obrigação de pensar e o direito de se expressar. Claro que isso não acontece num país de analfabetos, onde não se tem interesse em que o povo pense: um povo informado escolheria outros líderes, não ficaria calado quando pisoteiam sua honra, expulsaria de seus cargos os pseudolíderes e tentaria recompor as instituições aviltadas. Mas nós não fazemos nada disso: parecemos analfabetos e afásicos, uma manada de bobos assistindo às loucuras que se cometem contra nós, contra cada um de nós.(Lya Luft)

8.11.11

Inerte




As garras de um mundo obscuro
devora meus calcanhares,
luto contra o tempo tempestade,
luto contra o medo do vento,
da vida e da arte de viver.
Sou lona e musgo,
sou canto e grito,
sou urso, sou urro.
As unhas afiadas da tristeza
ferem minha carne desprovida
de encanto e magia.
Procuro no escuro a magia
de um poema que me arrebata.
Que por três vezes me jogue na superfície,
na quarta decido se quero viver ou fantasiar.
Fantasiar um amor ofuscado
pela fumaça de uma paixão fumegante,
dilacerante que devora meu cerne.
Procuro o alívio em olhos perolados
seios e sorrisos vagantes por aí.
Procuro um eu mais apropriado.
Valter Figueira - do livro "A morte do xerife"