26.10.12

Porquê ler livros

Ler um livro não é mais importante que ver, por exemplo, um filme, é apenas diferente. Só que é nessa "diferença" que está tudo, ou quase tudo. Não só a liberdade de leres o livro como quiseres, de trás para diante ou de diante para trás, de voltares ao princípio ou de o fechares e recomeçares a lê-lo no dia seguinte, mas também a liberdade de te leres a ti mesmo nele, de imaginares tu (por mais pormenorizadamente que o autor os descreva) cada personagem, cada lugar, cada acontecimento. E de, nele, viajares, na companhia das palavras do escritor, por mundos reais e imaginários, dentro e fora de ti, que só a ti pertencem, indo e vindo como e quando quiseres entre esses mundos e o teu mundo de todos os dias. Porque, num livro, só aparentemente é o escritor quem conduz a história, na realidade tu é que vais ao volante, a história ou poema que lês é mais teu e dos teus sentimentos e tuas emoções que dos do escritor. De tal modo que, se voltares a ler o mesmo livro passado muito tempo, o livro já se transformou, já é outro, só porque tu também já te transformaste e já és também outro. É por isso que se diz que todos os livros são sempre muitos diferentes livros, tantos quantos as pessoas que os lerem ou tantos quantas as vezes que uma mesma pessoa os ler. E isso é uma coisa maravilhosa, descobrir que nós, com a nossa imaginação e o nosso coração, é que estamos a escrever os livros que lemos.

Maria José Araújo

11.10.12

Compra de votos. Será que existe?





Nas eleições todos nós sabemos que existe a possibilidade de compra e venda de votos. Isso é tão claro que o TSE lança campanhas nos meios de comunicação para que isso não aconteça ou para que as pessoas saibam o que estão fazendo. Saberem que isso é crime é uma coisa, podem até saber, mas que continuam isso está bem claro. Mas o que quero falar não é simplesmente da compra e venda de votos durante as campanhas políticas. Mas a compra de votos feita antes da campanha eleitoral. Isso se descobre depois da eleição verificando o histórico de vida dos eleitos e analisando os critérios que as pessoas usam para escolher o seu candidato. Conversando e entrevistando algumas pessoas a gente descobre que na maioria das vezes o voto é trocado por favores prestados no passado. E algumas declarações são irônicas e sarcásticas. Tão ridículas que o leitor duvidará se existem mesmos pessoas assim.

Vejamos algumas. “Eu voto no enfermeiro X porque ele atende com carinho quando a gente vai lá no postinho” Olha isso é ridículo. O papel do profissional da saúde é atender bem isso não justifica a escolha. Isso seria o mesmo que falar: vou votar no pipoqueiro porque quando a gente compra pipoca ele coloca cinco pipocas a mais. Ou vou votar no borracheiro porque ele troca pneu com carinho. E como seria se o coveiro fosse candidato?

Outros motivos para votar é a troca de favores e os patrocinadores de festas, entenda como festas também a farras e bebedeiras. Voto no taxista porque um dia ele me levou a outra cidade e deixou para que pagasse em trinta dias e nem cobrou juros. Eu voto em siclano porque ele sempre cumprimenta a gente e dá carona. Vou votar no funcionário do INSS ele está ajustando minha aposentadoria. Não sabe o eleitor que ele está fazendo o seu trabalho e aposentar é um direito? Vou votar em fulano porque ele é pobrezinho e precisa de ajuda. Ora se ele precisa de ajuda dê uma cesta básica para ele. Nós precisamos de legisladores que conhecem leis e não de analfabetos na política.

O pior de tudo foi o que ouvi de uma professora. “Vou apoiar fulano porque ele sempre ajuda nas festas da escola” isso é ridículo. Como uma pessoa que é formadora de opinião pode pensar assim. E depois reclama que os professores são desvalorizados. Em poucos momentos ouvi pessoas declararem que votará em candidato que tenha conhecimento de leis, de projetos e com propostas para solucionar os problemas do município.

Numa cidade do Paraná um palhaço foi eleito vereador ele usava em sua campanha a frase “Mas que tonto” será que estava tirando sarro da cara do eleitor. E o pior é que ele foi o mais votado. Como pode isso? No Norte de Mato Grosso um ex-morador de rua foi eleito e declarou que não sabe o que vai fazer na Câmara. Será que os eleitores não questionaram ele sobre suas propostas de trabalho?

Quanto questionamos se o brasileiro sabe mesmo escolher seus representantes alguém grita que estamos exagerando. Mas avaliando os eleitos pelo país dá a sensação que o brasileiro precisa aprender qual a função deste ou daquele cargo eletivo.

Valter Figueira

Professor e escritor reside em Carlinda-MT

8.10.12

Hino a Carlinda


Carlindense sou de coração
Tenho orgulho deste meu chão
Tenho amor a estas lavouras verdejantes
A esse solo tão belo e pujante

Quantas matas, morros e rios,
Quantas benesses que te deu a natureza
Fonte de saúde e vigor de seu povo
Águas cristalinas que goteja toda beleza.

Na aurora seu povo agradece
Um dia de trabalho e progresso
Sem esforço tudo perece
Lutamos! Amamos! Almejamos o sucesso.

Ao crepúsculo o povo se reúne
Para agradecer o cumprido dever
Desta cidade de paz e sossego
Pelo orgulho de aqui viver

Compreendam as demais: Que terra bela!
Onde se houve o canto da Maracanã
Ao longe na trivial bonança
Dessa natureza, bela e mais louçã.

É grande o amor que temos por essa terra
Tão gentil, mãe hospitaleira,
É Carlinda que surge na floresta
Tão alva, forte e alvissareira.

Valter Figueira