11.10.12

Compra de votos. Será que existe?





Nas eleições todos nós sabemos que existe a possibilidade de compra e venda de votos. Isso é tão claro que o TSE lança campanhas nos meios de comunicação para que isso não aconteça ou para que as pessoas saibam o que estão fazendo. Saberem que isso é crime é uma coisa, podem até saber, mas que continuam isso está bem claro. Mas o que quero falar não é simplesmente da compra e venda de votos durante as campanhas políticas. Mas a compra de votos feita antes da campanha eleitoral. Isso se descobre depois da eleição verificando o histórico de vida dos eleitos e analisando os critérios que as pessoas usam para escolher o seu candidato. Conversando e entrevistando algumas pessoas a gente descobre que na maioria das vezes o voto é trocado por favores prestados no passado. E algumas declarações são irônicas e sarcásticas. Tão ridículas que o leitor duvidará se existem mesmos pessoas assim.

Vejamos algumas. “Eu voto no enfermeiro X porque ele atende com carinho quando a gente vai lá no postinho” Olha isso é ridículo. O papel do profissional da saúde é atender bem isso não justifica a escolha. Isso seria o mesmo que falar: vou votar no pipoqueiro porque quando a gente compra pipoca ele coloca cinco pipocas a mais. Ou vou votar no borracheiro porque ele troca pneu com carinho. E como seria se o coveiro fosse candidato?

Outros motivos para votar é a troca de favores e os patrocinadores de festas, entenda como festas também a farras e bebedeiras. Voto no taxista porque um dia ele me levou a outra cidade e deixou para que pagasse em trinta dias e nem cobrou juros. Eu voto em siclano porque ele sempre cumprimenta a gente e dá carona. Vou votar no funcionário do INSS ele está ajustando minha aposentadoria. Não sabe o eleitor que ele está fazendo o seu trabalho e aposentar é um direito? Vou votar em fulano porque ele é pobrezinho e precisa de ajuda. Ora se ele precisa de ajuda dê uma cesta básica para ele. Nós precisamos de legisladores que conhecem leis e não de analfabetos na política.

O pior de tudo foi o que ouvi de uma professora. “Vou apoiar fulano porque ele sempre ajuda nas festas da escola” isso é ridículo. Como uma pessoa que é formadora de opinião pode pensar assim. E depois reclama que os professores são desvalorizados. Em poucos momentos ouvi pessoas declararem que votará em candidato que tenha conhecimento de leis, de projetos e com propostas para solucionar os problemas do município.

Numa cidade do Paraná um palhaço foi eleito vereador ele usava em sua campanha a frase “Mas que tonto” será que estava tirando sarro da cara do eleitor. E o pior é que ele foi o mais votado. Como pode isso? No Norte de Mato Grosso um ex-morador de rua foi eleito e declarou que não sabe o que vai fazer na Câmara. Será que os eleitores não questionaram ele sobre suas propostas de trabalho?

Quanto questionamos se o brasileiro sabe mesmo escolher seus representantes alguém grita que estamos exagerando. Mas avaliando os eleitos pelo país dá a sensação que o brasileiro precisa aprender qual a função deste ou daquele cargo eletivo.

Valter Figueira

Professor e escritor reside em Carlinda-MT

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