30.5.11

Não te quero senão porque te quero,
e de querer-te a não te querer chego,
e de esperar-te quando não te espero,
passa o meu coração do frio ao fogo.
Quero-te só porque a ti te quero,
Odeio-te sem fim e odiando te rogo,
e a medida do meu amor viajante,
é não te ver e amar-te,
como um cego.

Tal vez consumirá a luz de Janeiro,
seu raio cruel meu coração inteiro,
roubando-me a chave do sossego,
nesta história só eu me morro,
e morrerei de amor porque te quero,
porque te quero amor,
a sangue e fogo.
  Pablo Neruda

26.5.11

"Mantenha-se afastado das pessoas que tentam depreciar sua ambição. Pessoas pequenas sempre fazem isso, mas as realmente grandes fazem você sentir que você, também, pode se tornar grande." ( Mark Twain )

22.5.11

Com a mão na massa.


   Como realizar uma aula participativa? E o que é uma aula participativa? Segundo Édouard Claparède (1873-1940): Toda atividade desenvolvida pela criança é sempre suscitada por uma necessidade a ser satisfeita e pela qual ela está disposta a mobilizar energias. O interesse é considerado a tradução psicológica da necessidade do sujeito. Ele defende também  que as aulas devem ser funcionais e não simplesmente atrativas. E qual é a diferença? Piaget defende que a construção do conhecimento da criança se dá com a interação com o meio. A sala de aula já é um meio, ou melhor, o meio que a criança passa muito tempo nela. Fazer da sala de aula um local de aprendizado de interação social e construção do conhecimento é papel fundamental do professor. As vezes complicamos com a interpretação de teorias e de projetos escritos que esquecemos que seria bem mais simples e prático se colocarmos a mão na massa.
    Foi com essa intenção que a professora Rosemeire Figueira Jonas da Escola de Educação Infantil Iraci Alves Cabral Francisco em Carlinda, desenvolveu, no dia 20 de Maio, com a turma Pré-III (cinco anos), uma atividade onde ela e os alunos colocaram a mão na massa. Com o objetivo de fazer uma massa de modelar e trabalhar coordenação motora e desenvolver habilidades como: interação, criatividade, organização e oralidade. A professora levou para a sala de aula ingredientes como: Farinha de trigo, suco em pó (para colorir), óleo de soja, sal e água. Ao apresentar os ingredientes aos alunos a professora trabalhou com o conhecimento que eles trazem de casa. Eles demonstraram que conheciam todos os ingredientes e sabiam para que servem.
    Então foi o momento de separar as quantidades certas de cada ingrediente. Para isso os alunos colocaram que necessitavam de uma receita. Criada a receita partiu-se para a divisão dos ingredientes, nisso foi trabalhado conhecimentos em matemática. Mas ficou uma dúvida: para que o sal. E olha que a professora colocou uma quantidade de sal suficiente para a massa ficar intragável. Os alunos disseram que se ficasse muito salgado não conseguiriam comer. Assim eles descobriram o objetivo do sal na massa: para que eles não comessem.
    Com a massa pronta, iniciou a festa. Ou seria trabalho prazeroso? As crianças passaram a montar animais, letras e objetos com a massa. Cada um ficou com um pedaço para seu deleite. Com a curiosidade aguçada montava o seu objeto e procurava no vizinho o que o outro tinha feito. Voltavam para suas mesinhas e procuravam aprimorar o seu bichinho. Isso é interação e aprender com os demais.
      Apesar de ser uma turma grande e agitada, a professora diz estar realizada e feliz com a aula. Ela colocou em prática os que os teóricos ensinam. O aprendizado precisa ser construído com interação e prazer.

18.5.11

A fábula da formiga

Todos os dias, uma formiga chegava cedinho ao escritório e pegava duro no trabalho. A formiga era produtiva e feliz.
O gerente besouro estranhou a formiga trabalhar sem supervisão. Se ela era produtiva sem supervisão, seria ainda mais se fosse supervisionada. E colocou uma barata, que preparava belíssimos relatórios e tinha muita experiência, como supervisora.
A primeira preocupação da barata foi a de padronizar o horário de entrada e saída da formiga.
Logo, a barata precisou de uma secretária para ajudar a preparar os relatórios e contratou também uma aranha para organizar os arquivos e controlar as ligações telefônicas.
O besouro ficou encantado com os relatórios da barata e pediu também gráficos com indicadores e análise das tendências que eram mostradas em reuniões. A barata, então, contratou uma mosca, e comprou um computador com impressora colorida. Logo, a formiga produtiva e feliz, começou a se lamentar de toda aquela movimentação de papéis e reuniões!
O besouro concluiu que era o momento de criar a função de gestor para a área onde a formiga produtiva e feliz, trabalhava.
O cargo foi dado a uma cigarra, que mandou colocar carpete no seu escritório e comprar uma cadeira especial..
A nova gestora cigarra logo precisou de um computador e de uma assistente a pulga (sua assistente na empresa anterior) para ajudá-la a preparar um plano estratégico de melhorias e um controle do orçamento para a área onde trabalhava a formiga, que já não cantarolava mais e cada dia se tornava mais chateada.
A cigarra, então, convenceu o gerente besouro, que era preciso fazer um estudo de clima.
Mas, o besouro, ao rever as cifras, se deu conta de que a unidade na qual a formiga trabalhava já não rendia como antes e contratou a coruja, uma prestigiada consultora, muito famosa, para que fizesse um diagnóstico da situação. A coruja permaneceu três meses nos escritórios e emitiu um volumoso relatório, com vários volumes que concluía : Há muita gente nesta empresa!!
E adivinha quem o besouro mandou demitir?
A formiga, claro, porque ela andava muito desmotivada e aborrecida.

13.5.11

A importância da leitura


Quando falamos da importância da leitura há questionamentos de como o hábito de ler poderá ajudar nisso ou naquilo. Nós professores, enfrentamos certas rejeições, não só de alunos como também de alguns profissionais que não gostam de ler e se recusam a ler. Talvez ler literatura não seja o ideal, mas a literatura por si provoca sensações e constrói habilidades de interpretações e entendimentos de outros textos. É válido darmos importância no que diz o renomado escritor Elias José sobre o ato de leitura e o ato de ler para as crianças. Elias José afirma categoricamente que: “Pais e professores fiquem atentos se quiserem formar gerações de pessoas felizes e aptas a vencerem na vida. O livro infantil, que é oferecido para a criança ler, ou é lido para ela, caso não esteja alfabetizada ainda, é um brinquedo capaz de despertar o interesse pelas coisas sensíveis, criativas e inteligentes e belas, através das histórias fictícias e da poesia, fazemos uma viagem de sonho e de puro encantamento. Aprendemos sem traumas, a lidar com problemas diários. Conhecemos melhor a realidade que nos cerca. Crianças e jovens que não tiveram o seu imaginário desenvolvido, aquecido pela leitura literária, pela dramatização, pelo poder de encantamento da música e das artes plásticas, serão pessimistas, endurecidas, incapazes de sorrir e de ser feliz.” Ele nos dá uma boa dica e um argumento para pensarmos na leitura e trabalharmos nas escolas.
A leitura, principalmente a leitura literária, fica sempre em segundo plano, por ser penosa e sempre colocada em forma de castigo e também pela recusa dos profissionais em ler e valorizar o ato de ler. Algumas escolas desprezam de forma humilhante que fica explícito o que o mesmo escritor acima citado afirma: “Algumas escolas, valorizam pouco a leitura, não têm uma biblioteca infantil rica e variada, como deveriam ter. preocupam-se muito com a merenda escolar, com o alimento para o corpo. Esquecem do alimento para o espírito, da emoção, da inteligência. Esquecem do objeto que poderá, no futuro, criar o adulto mais feliz, mais humano, melhor preparado para ler o mundo e expressar-se falando ou escrevendo, preparado para vencer na vida.” Precisamos, também, alimentarmos o nosso espírito, desenvolver as nossas sensações, aprendermos com as histórias fantásticas a viver melhor.
O que nos traz de bom a literatura? Segundo Yunes a literatura é a porta de um mundo autônomo que ultrapassa a última página do livro e permanece após a leitura e é incorporado como vivência. Esse mundo se torna possível graças ao trabalho que o autor faz com a linguagem. Literatura, pois, não transmite nada; cria tão-somente, no espaço da linguagem. 
Ler provoca viagens imaginárias e criações de um mundo íntimo, provocando no leitor o desenvolvimento, além de outras inteligências, a inteligência intrapessoal. Quando recebemos o impacto de uma produção literária, oral ou escrita, ela é devido a fusão inextrincável da mensagem com sua organização. Quando digo que um texto me impressiona, quero dizer que ele me impressiona porque a sua possibilidade de impressionar foi determinada pela ordenação recebida de quem o produziu. Aqui ressalta a importância do escrever, criar e organizar ideias para que outros leiam e isso só é possível com a prática da leitura.

10.5.11

Entrevista de Mia Couto

A visão do escritor sobre alguns dos temas que marcam a actualidade:
O escritor acha que a grafia é uma distracção, a crise uma oportunidade e o clima está fora do nosso alcance


É um dos escritores de língua portuguesa com maior destaque a nível mundial. Pensa que a nossa língua é o nosso maior bem?
Não sei muito bem. Acho que nós provavelmente glorificamos e veneramos esta entidade a que chamamos língua portuguesa. Ela existe num contexto de história, de partilha de saberes, de partilha de culturas, de histórias com "h" minúsculo que me parece que não podem ser separadas. Normalmente, pensamos neste entidade como um corpo que depois se autonomiza e é tratado por linguistas e é objecto de acordos e desacordos. Acho que essa fusão de pequenas histórias, de coisas, vai para além desse corpo a que chamamos língua. É uma carga de sentimento, está incorporado, constitui uma memória genética. Não é que eu não queira celebrar a língua portuguesa como um património que evidentemente é importante e nos coloca no mundo como um corpo colectivo que é a comunidade dos países de língua portuguesa, mas acho que não devemos ficar prisioneiros desse elemento redutor.

O Brasil é visto como uma das grandes potências de futuro e é já uma das maiores economias a nível mundial. É pelo Brasil que passa o futuro de países como Portugal, mas também Angola e Moçambique?
É praticamente inevitável, pela força económica e pela vitalidade do Brasil. Não se trata apenas de uma potência económica, mas também cultural e demográfica. O Brasil será a nossa estrela guia, para o bem e para o mal, e eu não vejo problema nenhum nisso. Felizmente, sou de um país pequenino, que não tem pretensão nem nunca teve de ser líder de qualquer coisa.

Falemos então do acordo, ou desacordo ortográfico. Como natural de Moçambique e falante da língua portuguesa, o que acha deste acordo, que já está em vigor, para o bem ou para o mal?
Não sou um militante contra o acordo. Não me reconheci em algumas da razões que foram invocadas para chegar a este acordo, como por exemplo que este acordo facilitaria um melhor entendimento entre a língua. Sempre li livros do Brasil e com o maior prazer, pelo facto de eles terem uma grafia ligeiramente diferente. Os meus livros e os de Saramago são publicados com a grafia original e nunca ninguém se queixou. Acho inclusivamente que há uma diferença na grafia que só traz valor. Mas não faço guerra ao acordo. As nossas guerras são outras, é perceber porque é que nós, países de língua portuguesa como Portugal ou Moçambique, estamos tão distantes do Brasil, porque é que o Brasil está tão distante de nós. Por que razão é que um filme português no Brasil tem de ser legendado. Porque é que quando eu chego ao Brasil e digo que sou de Moçambique, ninguém sabe onde é ou o que é Moçambique.

É ecologista e biólogo de formação. Diz-se muito que não estamos a tratar bem o nosso planeta. Quais são então os grandes desafios, o que temos que fazer para salvar a Terra?
Há aqui uma fabricação de medo, uma visão de apocalipse na qual eu não alinho e a presunção de que nós somos o centro. A ideia de que o homem tem de proteger o planeta e salvar a natureza é uma concepção quase infantil. O nosso primeiro dever é perceber determinadas coisas que vão muito para além da arrogância do ser humano. Falamos com uma facilidade enorme do clima, das previsões sobre as mudanças climáticas, mas a verdade é que grande parte das razões que regem o nosso clima estão para além do nosso alcance. Por outro lado, as notícias apocalípticas vendem bem. Uma notícia que diga que ainda não sabemos bem os efeitos dos raios ultravioletas ou do dióxido de carbono não vende.

A sua escrita fala muito de sensações, da pele, do ser humano. Numa altura em só ouvimos falar de agências de rating, acha que temos de voltar à nossa essência?
Estamos no caminho errado, mas não sei se o verbo seria "voltar". Temos de avançar e construir uma outra visão do mundo. Aquilo que chamamos "a grande crise" vai ser muito produtiva, porque nos vai pôr perante novas soluções, novas emergências, novos enquadramentos.
Por exemplo, fora dos contextos tradicionais das assembleias e dos partidos, jovens em várias partes do mundo pegaram nas rédeas, usando mecanismos modernos, como a internet, o twitter, o facebook, e criaram um movimento de mobilização. De repente é tudo imprevisível. Não sabemos e temos muito medo de não saber. Fomos educados para pensar que o mundo é previsível e quando não é ficamos aterrorizadíssimos. Há uma grande alegria de dizer não sei hoje. Temos de reaprender coisas que são básicas, como por exemplo a distinção entre saber e sentir. Valorizamos o saber como coisa masculina e desvalorizamos o sentir como coisa feminina. Isso é absurdo. São fronteiras que arbitrariamente construímos. Não sei onde termina o saber e começa o sentir. São fundamentos do nosso conhecimento que temos de contestar. 

“Sou um optimista sem esperança. Penso que não chegámos ao fim e há sempre algo a fazer.”

Publicado no blog voxnostra

5.5.11

JAPÃO: LIÇÃO DE VIDA PARA O OCIDENTE

DEZ COISAS A SEREM APRENDIDAS COM O JAPÃO---após sofrer um tsunami e vários terremotos
 1 – A CALMA
Nenhuma imagem de gente se lamentando, gritando e reclamando que “havia perdido tudo”. A tristeza por si só já bastava.
 2 – A DIGNIDADE
Filas disciplinadas para água e comida. Nenhuma palavra dura e nenhum gesto de desagravo.
 3 – A HABILIDADE
Arquitetos fantásticos, por exemplo. Os prédios balançaram, mas não caíram.
 4 – A SOLIDARIEDADE
As pessoas compravam somente o que realmente necessitavam no momento. Assim todos poderiam comprar alguma coisa.
 5 – A ORDEM
Nenhum saque a lojas. Sem buzinaço e tráfego pesado nas estradas. Apenas compreensão.
 6 – O SACRIFÍCIO
Cinquenta trabalhadores ficaram para bombear água do mar para os reatores da usina de Fukushima. Como poderão ser recompensados?
 7 – A TERNURA
Os restaurantes cortaram pela metade seus preços. Caixas eletrônicos deixados sem qualquer tipo de vigilância. Os fortes cuidavam dos fracos.
 8 – O TREINAMENTO
Velhos e jovens, todos sabiam o que fazer e fizeram exatamente o que lhes foi ensinado.
 9 – A IMPRENSA
Mostraram enorme discrição nos boletins de notícias. Nada de reportagens sensacionalistas com repórteres imbecis. Apenas calmas reportagens dos fatos.
 10 – A CONSCIÊNCIA
Quando a energia acabava em uma loja, as pessoas recolocavam as mercadorias nas prateleiras e saiam calmamente.
 NENHUM ARRASTÃO, CONTRA O POVO   OU PARA ROUBAR O COMÉRCIO


4.5.11

Fala mestre...


"Os homens sensatos falam por terem algo a dizer, os tolos porque têm de dizer alguma coisa." (Platão)
 "O que mais preocupa não é o grito dos violentos, nem dos corruptos, nem dos desonestos, nem dos sem ética. O que mais preocupa é o silêncio dos bons." (Martin Luther King)
 “Assim como a água armazenada irrompe em todas as direções quando as paredes que a seguravam se rompem, assim também a consciência do homem se espalha quando a represa do fanatismo e da inquietude se parte, expandindo-se na direção da consciência onipresente do Espírito.” (Paramhansa Yogananda)
"Tudo é determinado. .. por forças além de nosso controle. Isto é verdade para um inseto ou uma estrela. Seres humanos, vegetais, grãos de poeira todos dançam segundo uma melodia misteriosa, entoada à distância por um flautista invisível" (Albert Einstein)
"A maior ignorância é a que não sabe e crê saber, pois dá origem a todos os erros que cometemos com nossa inteligência." (Sócrates)
"O tempo é o mais sábio dos conselheiros." (Plutarco)
"Onde a palavra falha a música fala."(Hans Christian Andersen)
"A Terra tem o suficiente para a necessidade de todos, mas não para a ganância de uns poucos" (Mahatma Ghandi)
"Um erro grave é tanto se julgar mais do que se é quanto se estimar menos do que se merece." (Johann Wolfgang Goethe)
"Viver é a coisa mais rara do mundo. A maioria das pessoas apenas existe." (Oscar Wilde)
"Não transfira, transcenda. Não omita, confronte. Não se apegue, Transpasse. Não inverta, aceite. Não brigue, consinta. Não grite, escute. Fique no essencial."(Luiz Gasparetto)
"Esperamos que estejamos hoje longe da ridícula pretensão de decretar que o nosso pequeno canto seja o único a partir do qual tenhamos o direito de ter uma perspectiva"
(Friedrich Nietzsche)
"O maior homem é aquele que se faz menor e servo de todos. O verdadeiro líder é aquele que aprendeu a seguir e que não idolatra seu papel de líder.
Aqueles que buscam o louvor e a aprovação dos demais não merecem nossa admiração, mas aquele que serve a todos tem o direito de sentar-se no trono de nossos corações.
Deus é o servo de todos os Seus filhos, mas Ele pede algum louvor? Não. Ele é grande demais para se preocupar com isso." (Paramahansa Yogananda)
"Assim como um cego não pode ver o sol, que ilumina o mundo inteiro, tampouco o cego de entendimento, o cego de espírito, pode perceber a onipresente e eterna paz que envolve o universo inteiro."(Uttara Gita)
"Diploma não encurta a orelha de ninguém". (Barão de Itararé)
“As palavras são a droga mais poderosa da humanidade”. (Rudyard Kipling)
"Quem olha para fora, sonha. Quem olha para dentro, acorda." (Carl G Jung)