8.11.11

Inerte




As garras de um mundo obscuro
devora meus calcanhares,
luto contra o tempo tempestade,
luto contra o medo do vento,
da vida e da arte de viver.
Sou lona e musgo,
sou canto e grito,
sou urso, sou urro.
As unhas afiadas da tristeza
ferem minha carne desprovida
de encanto e magia.
Procuro no escuro a magia
de um poema que me arrebata.
Que por três vezes me jogue na superfície,
na quarta decido se quero viver ou fantasiar.
Fantasiar um amor ofuscado
pela fumaça de uma paixão fumegante,
dilacerante que devora meu cerne.
Procuro o alívio em olhos perolados
seios e sorrisos vagantes por aí.
Procuro um eu mais apropriado.
Valter Figueira - do livro "A morte do xerife"

Um comentário:

Smareis disse...

Gostei muito do seu poema, encantador.Passei pra conhecer seu blog, e gostei muito e já estou te seguindo... Convido pra conhecer meu blog e me seguir se gostares. Um abraço!
Smareis