13.3.12

As leis e a (falta de) Educação


No Brasil para maquiar a falta de educação do povo criam-se leis e proibições. Talvez exagero em dizer que é falta de educação, da educação vinda de casa e da educação enriquecida com a participação do indivíduo na escola. Mas não há exagero em afirmar que a maioria dos acidentes, vias de fatos o que ocasionam um aumento nas filas dos hospitais públicos, seriam evitados se a população, ou alguns sujeitos da população, tivesse um pouco mais de conhecimento.

O fato de ter conhecimento, adquirir ou construir conhecimento, requer uma mudança de postura e mudança de atitude. Quando o governo lança uma campanha, por todos os meios de comunicação possíveis, objetivando a conscientização da população ou uma parcela dela, se não houver uma mudança de atitude dessa população podemos afirmar que não houve conscientização.

Todos nós sabemos que a ingestão de bebidas alcoólica compromete nossos movimentos, equilíbrio e nosso reflexo. Com isso nos deixa a mercê do perigo iminente quando estamos ao volante de um veículo. Ao prestarmos exames para a habilitação somos alertados disso. Apesar de termos o conhecimento persistimos em fazer o errado. Somos demagogos, ou adeptos do triste e ignorante ditado de que leis e regras foram feitas para serem descumpridas?

Por sermos não cumpridores das regrais morais da sociedade é que se criam leis punitivas para aqueles que sabem o que é o correto e teimam em continuar fazendo o errado. Seria necessário uma lei como a “Lei seca” se fossemos corretos? É claro que os que persistem no erro devem ser punidos. E esses “erros” no trânsito são cometidos conscientemente. Então não são erros, são crimes.

Na escola falamos que “aprendemos ao buscar soluções para nossos erros” no trânsito não dá tempo para refletir sobre os erros, vidas são ceifadas e corpos aleijados, tem que pensar antes.

É inaceitável que alguém envolvido num acidente de trânsito se recuse a fazer o teste do bafômetro. Ora só o fato dele estar ao volante de um veículo, requer que ele obedeça algumas regras e leis – estar habilitado e em condições de dirigir, o carro com documentos em dias, etc – isso inclui não ter ingerido bebida alcoólica antes e durante o tempo de condução do veículo. Mas existe uma brecha nas leis que muitos se valem dela “o cidadão não pode produzir provas contra si mesmo”. O acidente em si já não é uma prova do erro? Da mesma forma que as leis existem para corrigirem os erros, acabam contribuindo para fugir de algumas punições.

Assim como o existe o teste para verificar se o atleta usou drogas, existe o teste do bafômetro para o motorista. E ele ao ser parado numa barreira policial deveria ser obrigatório realizar o teste. Quando há a recusa logo imaginamos que tem culpa.

Afinal de contas para quem é a lei seca? Os motoristas que tem conhecimento dessa “brecha” se esquivam do bafômetro e aqueles que não tem conhecimento acabam sendo corretos e levando as maiores punições, até encontrarem outra forma de fugir dela. Quantos estão na prisão pagando penas por crimes cometidos no trânsito? Qual o nível de escolaridade deles? E qual classe econômica eles fazem parte?

É um direito do cidadão brasileiro alcoolizado negar que está bêbado? Sim é um direito. Assim como é direito do cidadão viver em paz, e essa paz não ser interrompida por um bêbado.

Valter Figueira

Nenhum comentário: