Companheira é o título do
livro mais recente do escritor Nelson Hoffmann.
No mesmo dia que chegou pelos correios eu li. Quis ler uma segunda vez,
uma terceira para então fazer um breve comentário. Companheira, quando vi a
propaganda do livro achei que seria a esposa. Mas não é. A pequena novela é uma
conversa poética e enriquecida de boas metáforas sobre morte. Isso mesmo, a
Companheira do Hoffmann é a morte. Parece loucura? Não é! Como ele disse “
Loucura é ignorar a morte” O mundo girou para o autor depois de um problema
cardíaco e dois meses no hospital. A sua destreza enquanto escritor fez do texto
que relata sua agonia uma prazerosa degustação. E como não refletir sobre seus
registros quando diz: “ Mas ela (a freira que o visitava) não enxergava que eu
estava com a vida, a verdadeira, dentro de mim. Que eu tinha visitado a morte e
a morte me alertara para os valores da vida. Valia a pena viver, ciente que a
morte estava ao meu lado. ” Eu sempre tratei e vi a morte como o ponto final,
no sofrimento, nas discussões e nunca como uma força para viver. Afinal porque
temos que nos alimentar adequadamente, respeitar leis e regras senão por medo
da morte? E no último parágrafo um resumo daquilo que pensamos depois de passar
por problemas sérios. “ Caminho com a morte, sempre em mim, vivendo-me. As
vaidades do mundo sumiram, a simplicidade é minha entrega total. A bondade dos
outros é o meu sustento. E a morte é minha companheira, ensina-me a viver.” Nelson Hoffmann é um mestre. Aprendo lendo e
relendo seus textos e aprendo com o exemplo de simplicidade como ele vê algo
que poderia levar a morte e transformou em inspiração para a vida. E repito com
ele: A morte ensina-nos a viver.
15.4.18
3.4.18
Dúvidas
Não sei o que faço:
se atravesso a rua
ou tomo um trago.
se atravesso a rua
ou tomo um trago.
Não sei o que faço:
se acendo um cigarro
ou pulo o muro.
se acendo um cigarro
ou pulo o muro.
Não sei o que faço:
se dou um forte abraço
ou fujo de teus laços.
se dou um forte abraço
ou fujo de teus laços.
Não sei o que faço:
se caminho sozinho
ou te aguardo.
se caminho sozinho
ou te aguardo.
2.4.18
Confuso III
Procuro sem cessar o teu brilhante olhar,
e vejo a agitação de teu dedo em riste,
vejo o brilho de teus lábios umedecidos
e percebo que ainda estou confuso.
e vejo a agitação de teu dedo em riste,
vejo o brilho de teus lábios umedecidos
e percebo que ainda estou confuso.
Procuro no teu andar simples e compassado
o ritmo proeminente e singular de tua anca
e a sutileza harmônica do teu pé sobre o chão
e percebo que ainda estou confuso.
o ritmo proeminente e singular de tua anca
e a sutileza harmônica do teu pé sobre o chão
e percebo que ainda estou confuso.
Procuro não estremecer ao ouvir tua voz
a chamar-me para o abismo espinhento
espero na sombra ter uma única certeza
mas por enquanto estou pluralmente confuso.
a chamar-me para o abismo espinhento
espero na sombra ter uma única certeza
mas por enquanto estou pluralmente confuso.
28.3.18
Agora! Agora?
Percebo agora
que era tudo vidro e quebrou
que eu não era tão forte
como você imaginava.
que era tudo vidro e quebrou
que eu não era tão forte
como você imaginava.
Percebo agora
que tudo era uma grande utopia
que o sentimento não era tão sólido
como eu dizia.
que tudo era uma grande utopia
que o sentimento não era tão sólido
como eu dizia.
Percebo agora
que tudo era feito com mentiras
que se dissipou com o primeiro vendaval
não era o que nós queríamos.
que tudo era feito com mentiras
que se dissipou com o primeiro vendaval
não era o que nós queríamos.
26.3.18
Horror no garimpo
Conheci Luiz numa loja de móveis em que
trabalhei alguns meses. Luiz era montador de móveis e motorista do caminhão de
entrega. Num dia sem movimento ele contou uma história horrenda que de início
não acreditei. Ele afirmou que era verdade que estava lá quando aconteceu e
tinha fotos para mostrar. Conta ele que certo dia no garimpo, era feriado religioso,
por isso os garimpeiros estavam de folga nos barracos. No barracão central que
servia de refeitório, bar e local adequado para jogarem baralho ou simplesmente
conversarem, estava a maioria dos trabalhadores.
Foi então que um avião começou a fazer
uns voos sobre o barracão. Soubemos que um garimpeiro bamburrado queria fazer
graça. Alugou o avião e pediu ao piloto para passar sobre o barracão para ver
todos tremerem. Alguns saíram para fora e ficavam jogando praga nos ocupantes
do avião.
Luiz pegou a sua máquina fotográfica e
se distanciou do barracão para ver se conseguir alguma foto. Foi então que o
piloto perdeu a direção, desceu demais da conta e foi atropelando quem estava
na frente. O avião atravessou o barracão na altura das mesas parando bem próximo
do balcão de bebidas, Era quase 10 metros de salão que foi todo tomado pelo
avião.
Teve acidentados e algumas mortes.
Alguns sujeitos com braços, pernas e costelas quebrados. Nisso o Luiz mostrou
as fotos. Tinha dois sujeitos que foram cortados ao meio na altura da cintura.
As fotos eram horripilantes.
Os garimpeiros que não estavam feridos
se organizaram para ajudar os feridos e correr atrás de locomoção para o
hospital mais perto. Piloto e passageiro estavam mortos.
Tinha outro avião na pista. Buscaram o
piloto que estava pescando. Organizaram os feridos no avião e mais duas pessoas
e o piloto se prepararam para o voo. Quando o avião levantou voo sem problema e
já davam com o caso resolvido foi quando, não muito longe, o avião explodiu no
ar.
Então começou um novo trabalho para eles.
Como já tinham avisado a polícia via rádio era só aguardar para recolher os
corpos. Luiz me mostrou outra foto, agora eles no meio da mata recolhendo os
restos mortais dos ocupantes do avião que explodiu.
20.3.18
Quero pedras.
Joguem-me pedras
por favor pedras lascadas
não quero as polidas: rejeitarei
Quero pedras brutas
rochas enigmáticas
rochas com ranhuras misteriosas
para que eu desvende
os mistérios e os segredos
das pedras
da humanidade
da vida.
12.3.18
Ah! Era a lua
Eu
olhava para o céu estrelado infinitamente
e
pela cortina de minha janela te via
tão
espetacularmente bela quando cheia.
-
Ah! A lua. Era você Lua.
A
mesma atração marítima por ti sentia
era
um momento de buscar inspirações
para
as minhas irrisórias canções de amor.
-
Ah! A lua. Era você Lua.
Emocionado
e solitário deitava na cama
pela
janela você suavemente e calmamente
entrava
e respeitosamente acariciava meu rosto.
-
Ah! A lua. Era você Lua.
Procuro
respostas para tristes perguntas
algo
que sanasse minhas desesperadas dúvidas
no
seu dourado brilho que me entorpece e me guia.
-
É a lua. Que Lua.
11.3.18
Lembranças: O carrapicho e eu
Quando tinha 16 anos, estudava a noite e
fui trabalhar no supermercado do Mazinho, em Cruzeiro do Sul- Pr. O mercado era
pequeno, tinha apenas eu de funcionário. Trabalhava ali a família toda do
Mazinho, ele a esposa, dois filhos adolescentes e eu. Era mês de dezembro e o
feriado de Natal se aproximava.
Para contar esse caso preciso explicar
quem era o carrapicho. Era um maltrapilho, não sei se posso dizer isso dele.
Não tinha morada, então podemos considerar que era um morador de rua. Era
sabido que dormia no salão paroquial, atrás da igreja católica. Seu aspecto
lembrava uma pessoa alcoolizada. Não se cuidava, sempre a barba e o cabelos por
fazer. Alguns diziam que ele tinha problemas mentais e assim contavam várias
histórias sobre o coitado do carrapicho. Acredito que ele vivia de pequenos
bicos e de doações. As crianças e jovens sentiam medo dele devido ao modo como
se vestia, não era adepto a banhos. Nunca soube que era uma pessoa má, e não
era. Quando alguém perguntava de onde viera ele respondia que veio de Três
Corações, a cidade de Pelé. Em outras vezes dava respostas diferente a mesma
pergunta.
Na véspera de Natal o Sr. Mazinho me
convidou para almoçar no dia seguinte na casa dele, com a família. Me senti
importante e com medo. Era a primeira vez que iria almoçar na casa de alguém
que não fosse parente. Para mim ele era rico e em minha pequena cabeça de
adolescente ricos e pobres não se misturavam. Eu era o empregado e ele o
patrão. Então fui. Foi a primeira vez que almocei sentado todos em uma mesa. Em
casa isso não acontecia. Foi a primeira vez que usei garfo e faca. Na mesa
somente a família: o pai do Mazinho, a esposa, os dois filhos adolescente e uma
menina ainda criança e além de mim estava também o carrapicho.
O Sr. Mazinho poderia ter convidado
pessoas de seu círculo de amizade como prefeito, vereadores e outros. Mas, como
homem de bom coração convidou um morador de rua. Uma pessoa que certamente
passaria a natal esquecido por muitos, mas não foi esquecido pelo Mazinho. No
início eu estranhei. Depois de refletir percebi que aquele gesto de convidar o
carrapicho mostrou para mim que estava na casa de uma família acolhedora, que
pensa no outro. Eu era tímido, se tivesse mais curiosidade tinha aprendido
grandes lições de vida com o Mazinho e também com o carrapicho.
Hoje o Mazinho já deve ser avô e bisavô e
ainda mora na mesma cidade. O mercado fechou, no prédio funciona uma loja de
uma amiga minha de infância. O Carrapicho, soube depois que a família veio
buscar, ele foi encontrar os seus.
27.2.18
Sou só. Só sou.
Grito desesperado:
- Quero um abraço!
Ouço pedras no zinco quente.
Falo de um amor perdido
só e a mim mesmo.
- Quero um afago!
Ouço maracanãs taramelar
no alto do mamoeiro.
Tenho medo e sussurro:
- Quero um beijo!
Ouço o estrilar dos grilos e
depois sonho com o vácuo obscuro.
Valter Figueira 27/02/2018
26.2.18
16.2.18
Quero ficar só
Quero ficar só para contemplar
o orvalho da manhã
Quero que a brisa matinal traga
sua canção preferida para meu delírio
Quero que o primeiro raio solar
traga a paz que tanto desejo em meu coração
Quero ser capaz de contemplar o seu sorriso
refletido na calmaria solitária do lago
Quero um lago de lágrimas
Quero......só quero!
o orvalho da manhã
Quero que a brisa matinal traga
sua canção preferida para meu delírio
Quero que o primeiro raio solar
traga a paz que tanto desejo em meu coração
Quero ser capaz de contemplar o seu sorriso
refletido na calmaria solitária do lago
Quero um lago de lágrimas
Quero......só quero!
Valter Figueira 16/02/2018
15.2.18
Quero
Quero sentir novamente
a suavidade de seu rosto colado ao meu.
Quero um abraço forte para sentir
novamente o calor de um abraço seu.
Quero pegar em suas mãos andar na praça
para sentir a brisa que toca seu rosto
tocar o meu.
Preciso sentir a suavidade de seu
corpo nu colado ao meu.
Preciso do amor forte e sincero
que a gente já viveu.
Valter Figueira 15/02/2018
14.2.18
Exercitando
Serei o tocador das liras flutuantes
Viajarei entre os olhares brilhantes
Contemplarei o olhar da musa apaixonadamente
Amarei com todo fervor de antes
Vencerei a solidão infernal de Dante
Contemplarei o olhar da musa apaixonadamente
Amarei com todo fervor de antes
Vencerei a solidão infernal de Dante
O tocador das liras flutuantes eu serei
Entre os olhares brilhantes eu viajarei
O olhar da musa apaixonadamente contemplarei
Com todo fervor de antes amarei
A solidão infernal de Dante vencerei
Entre os olhares brilhantes eu viajarei
O olhar da musa apaixonadamente contemplarei
Com todo fervor de antes amarei
A solidão infernal de Dante vencerei
Poetarei para me livrar do abismo
Versarei para que compreendas minha paixão
Encontrarei em seu colo o carinho
Viverei eternamente apaixonado
Morrerei suplicando um beijo
Versarei para que compreendas minha paixão
Encontrarei em seu colo o carinho
Viverei eternamente apaixonado
Morrerei suplicando um beijo
Para me livrar do abismo poetarei
Para que compreendas minha paixão versarei
Em seu colo o carinho encontrarei
Eternamente apaixonado viverei
Suplicando um beijo morrerei.
Para que compreendas minha paixão versarei
Em seu colo o carinho encontrarei
Eternamente apaixonado viverei
Suplicando um beijo morrerei.
VF 14/02/2018
8.2.18
Poesiar
Há algo no ar
nos fios de cobre
na brisa do mar.
-Quer casar comigo?
Há um perfume no ar
inebriante a laçar
o vento no mar.
- Pode ser amanhã?
Há uma música no ar
na calmaria do mar
mansamente a valsar.
- Tem que ser hoje!
Há uma poesia no ar
alguns ébrios de mar
e eu sóbrio a poetizar.
-Vamos poesiar.
nos fios de cobre
na brisa do mar.
-Quer casar comigo?
Há um perfume no ar
inebriante a laçar
o vento no mar.
- Pode ser amanhã?
Há uma música no ar
na calmaria do mar
mansamente a valsar.
- Tem que ser hoje!
Há uma poesia no ar
alguns ébrios de mar
e eu sóbrio a poetizar.
-Vamos poesiar.
Uns olhos azuis

Li a novela "Uns olhos azuis" na cadência das músicas gaúchas e apreciando a suavidade poética dos versos. Eu ia construindo mentalmente o olhar apaixonante da menina de olhos azuis. Adentrei e me perdi no contexto. Em momentos eu era o apaixonado Vilson nos bailes da juventude, deixando o corpo definhar devido a paixão platônica. Em outros momentos eu era o amigo escritor, lendo as aventuras e ouvindo as canções para buscar na poesia a suavidade e beleza que o texto se construía.
O livro permite uma leitura suave e leve como uma boa música.
5.2.18
PROSA & POESIA
Mais um poeta haicaísta que
muito contribui e contribui para o nosso saber literário:
Guilherme de Almeida (Guilherme de Andrade de Almeida), advogado,
jornalista, poeta, ensaísta e tradutor, nasceu em Campinas, SP, em 24 de julho
de 1890, e faleceu em São Paulo, SP, em 11 de julho de 1969. Em 1932 participou
da Revolução Constitucionalista de São Paulo. Em concurso organizado pelo
Correio da Manhã foi eleito, em 16 de setembro de 1959, “Príncipe dos Poetas
Brasileiros”. Um dos promotores da Semana de Arte Moderna, em 1922, foi
fundador da Klaxon, a principal revista dos modernistas. Principais obras: Nós, poesia (1917); A dança das
horas, poesia (1919); Messidor, poesia (1919); Livro de horas de Soror
Dolorosa, poesia (1920); Era uma vez..., poesia (1922); A flauta que eu perdi,
poesia (1924); Meu, poesia (1925); Raça, poesia (1925); Encantamento, poesia
(1925); Do sentimento nacionalista na poesia brasileira, ensaio (1926); Ritmo,
elemento de expressão, ensaio (1926); Simplicidade, poesia (1929); Você, poesia
(1931); Poemas escolhidos (1931); Acaso, poesia (1938); Poesia vária (1947);
Toda a poesia (1953).
Consolo
A noite chorou
a bolha em que, sobre a folha,
o sol despertou.
Os andaimes
Na gaiola cheia
(pedreiros e carpinteiros)
o dia gorjeia.
Pescaria
Cochilo. Na linha
eu ponho a isca de um sonho.
Pesco uma estrelinha.
Romance
E cruzam-se as linhas
no fino tear do destino.
Tuas mãos nas minhas.
O haicai
Lava, escorre, agita
a areia. E enfim, na bateia,
fica uma pepita.
a bolha em que, sobre a folha,
o sol despertou.
Os andaimes
Na gaiola cheia
(pedreiros e carpinteiros)
o dia gorjeia.
Pescaria
Cochilo. Na linha
eu ponho a isca de um sonho.
Pesco uma estrelinha.
Romance
E cruzam-se as linhas
no fino tear do destino.
Tuas mãos nas minhas.
O haicai
Lava, escorre, agita
a areia. E enfim, na bateia,
fica uma pepita.
O pensamento
O ar. A folha. A fuga.
No lago, um círculo vago.
No rosto, uma ruga.
Hora de ter saudade
Houve aquele tempo...
(E agora, que a chuva chora,
ouve aquele tempo!)
O ar. A folha. A fuga.
No lago, um círculo vago.
No rosto, uma ruga.
Hora de ter saudade
Houve aquele tempo...
(E agora, que a chuva chora,
ouve aquele tempo!)
Infância
Um gosto de amora
comida com sol. A vida
chamava-se "Agora".
Cigarra
Diamante. Vidraça.
Arisca, áspera asa risca
o ar. E brilha. E passa.
Consolo
A noite chorou
a bolha em que, sobre a folha,
o sol despertou.
Chuva de primavera
Vê como se atraem
nos fios os pingos frios!
E juntam-se. E caem.
Um gosto de amora
comida com sol. A vida
chamava-se "Agora".
Cigarra
Diamante. Vidraça.
Arisca, áspera asa risca
o ar. E brilha. E passa.
Consolo
A noite chorou
a bolha em que, sobre a folha,
o sol despertou.
Chuva de primavera
Vê como se atraem
nos fios os pingos frios!
E juntam-se. E caem.
Noturno
Na cidade, a lua:
a joia branca que boia
na lama da rua.
Os andaimes
Na gaiola cheia
(pedreiros e carpinteiros)
o dia gorjeia.
Na cidade, a lua:
a joia branca que boia
na lama da rua.
Os andaimes
Na gaiola cheia
(pedreiros e carpinteiros)
o dia gorjeia.
Tristeza
Por que estás assim,
violeta? Que borboleta
morreu no jardim?
Pescaria
Cochilo. Na linha
eu ponho a isca de um sonho.
Pesco uma estrelinha.
Janeiro
Jasmineiro em flor.
Ciranda o luar na varanda.
Cheiro de calor.
De noite
Uma árvore nua
aponta o céu. Numa ponta
brota um fruto. A lua?
Frio
Neblina? ou vidraça
que o quente alento da gente,
que olha a rua, embaça?
Festa móvel
Nós dois? - Não me lembro.
Quando era que a primavera
caía em setembro?
Por que estás assim,
violeta? Que borboleta
morreu no jardim?
Pescaria
Cochilo. Na linha
eu ponho a isca de um sonho.
Pesco uma estrelinha.
Janeiro
Jasmineiro em flor.
Ciranda o luar na varanda.
Cheiro de calor.
De noite
Uma árvore nua
aponta o céu. Numa ponta
brota um fruto. A lua?
Frio
Neblina? ou vidraça
que o quente alento da gente,
que olha a rua, embaça?
Festa móvel
Nós dois? - Não me lembro.
Quando era que a primavera
caía em setembro?
Romance
E cruzam-se as linhas
no fino tear do destino.
Tuas mãos nas minhas.
3.2.18
Infinito
Para onde vai o ar que respiro
quando bate o vento?
Essa brisa que me acompanha
e depois se perde no horizonte,
para onde vai?
quando bate o vento?
Essa brisa que me acompanha
e depois se perde no horizonte,
para onde vai?
Para onde vão as imagens
que são esquecidas no firmamento?
que são esquecidas no firmamento?
Para onde vãos os rostos de ontem,
rostos que mudam com o tempo?
Para onde vai essa luz e esta sombra
companheira de atalhos e abismos?
Quando formos já não teremos sombra
e as pegadas se apagam.
rostos que mudam com o tempo?
Para onde vai essa luz e esta sombra
companheira de atalhos e abismos?
Quando formos já não teremos sombra
e as pegadas se apagam.
Para onde vão a tristezas e os sorrisos
as imagens e os horizontes?
E as flores das janelas, os aromas
de teu amor distante?
as imagens e os horizontes?
E as flores das janelas, os aromas
de teu amor distante?
Para onde irão esses versos
perdidos de tantas perguntas?
perdidos de tantas perguntas?
Valter Figueira
Do livro "Anjo Rosa"
Do livro "Anjo Rosa"
Eu preciso
Foi-se embora o tempo
em que eu poderia dizer
simplesmente eu quero e eu posso.
Hoje eu preciso
de um encanto
de um abraço
de um sorriso.
Hoje eu preciso
de um encanto
de um abraço
de um sorriso.
Não quero,
o querer tem a possibilidade do
não querer
Eu preciso
de um encanto
de um olhar apaixonado
de gestos que indique um desejo.
o querer tem a possibilidade do
não querer
Eu preciso
de um encanto
de um olhar apaixonado
de gestos que indique um desejo.
Não mais desejo
o desejar tem a
possibilidade do não
ou do saciar
eu preciso.
Preciso de um encanto
de um abraço
de um beijo.
o desejar tem a
possibilidade do não
ou do saciar
eu preciso.
Preciso de um encanto
de um abraço
de um beijo.
A garota do poema
Não foi! Aquele olhar me devastou
o brilho cegou-me que tropecei e cai de amores.
o brilho cegou-me que tropecei e cai de amores.
Foi apenas um sorriso, você disse.
Não foi! Aquilo foi um turbilhão de encantos
que me apaixonei.
Não foi! Aquilo foi um turbilhão de encantos
que me apaixonei.
Foi apenas um beijo, você disse.
Não foi! Nossas faces se encontraram
numa explosão de sentimentos e desejos.
Não foi! Nossas faces se encontraram
numa explosão de sentimentos e desejos.
Foi apenas um poema, você disse.
Não foi! Aquilo era o fiel retrato
da minha paixão.
Não foi! Aquilo era o fiel retrato
da minha paixão.
Foi apenas um adeus, você disse.
Não foi! Foi o estopim para o choro contido
poemas e canções perdidas pelo vento
das frias manhãs de junho.
Não foi! Foi o estopim para o choro contido
poemas e canções perdidas pelo vento
das frias manhãs de junho.
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Quando mudei para Carlinda busquei algumas informações sobre o município, principalmente sobre a origem do nome da cidade. Quando fui ...
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Te amarei eternamente, eternamente enquanto durar nossas vidas, ou nossos encantos. Te amarei, mesmo estando distante, mesmo estando ausente...