28.6.09

PARECE QUE FOI ONTEM

Fui pai de nada, esposo da brisa e amante
desolado de causas insolúveis.

Depois de cada cidade que percorri
vendendo saudades imperfeitas,
vendendo melodias nuas,
entre lábios que partem
sobre o gesto vacilante da brisa,
Sucumbi de amor e entreguei-me
ao delírio.


Nas tardes infantis aparecem
perfeitas recordações lacrimosas,
dos jogos que não joguei
nos espaços de sólidas madeiras
entre beijos contínuos,
como um rio em flor.
Na pureza das palavras e
na loucura do silêncio.

Desejo fluir no azul da ausência
numa combinação de rubis e esmeraldas.
Na liberdade do vento.
Como se fosse ontem.