1.8.14

POESIA


                           Ao poeta Gideon Antunes

A poesia do pantaneiro rasteja na lama
se molha nas águas do pantanal e se seca
ao sol e na poeira das estradas
sem pavimento.

A poesia do pampeiro corre a galope
na garupa de um cavalo, canta ao som
de um acordeão, perde-se nas invernadas
atrás dos xucros e descansa numa roda
de chimarrão.

A minha poesia não se enquadra em
nenhum modo, porque é diversa, sem
estilo, é o resultado de um sonho,
de um pesadelo e de uma solidão.

Do livro "Poesias" 2ª Ed. Borck, 2014

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